domingo, 22 de fevereiro de 2009

Reclamações...

Antes de começar eu lembro a você, dileto leitor, que o primeiro post a ser lido é o que se encontra abaixo deste, e que foi o primeiro que eu postei hoje.

Você pensa que eu vou ficar reclamando de um monte de coisas nesse post, não é? Você quase acertou. Eu vou reclamar das pessoas que reclamam.

Você já percebeu que as coisas nunca estão boas? As pessoas sempre têm algo para reclamar.

Ano passado, todos reclamavam, pois estavam fazendo cursinho e não queriam isso. Esse ano as pessoas (da minha turma) passaram em medicina e estão fazendo o que querem, certo? Não. Elas continuam reclamando. Porque “ah, agora tem bioquímica...”, “ah, tem que estudar anatomia...”, “ah, agora tem duas horas de BioCel...”...

Dá-me uma raiva disso (note a colocação pronominal da frase... maravilhas do Word). Elas queriam tudo isso e agora não param de reclamar. Agora, será que elas queriam isso mesmo? Isso nem elas devem saber, talvez...

Eu penso diferente. Ao invés de reclamar que anatomia tem vários nomes para decorar eu fico feliz que eu tenho que decorar todos eles... Eu queria isso. Melhor que decorar o que os professores de cursinho falam, já pela segunda, terceira ou mais vezes.

E não é somente sobre as aulas que as pessoas reclamam. Hoje tem sol e está quente, então “ah, está muito quente, abafado”. Amanhã chove e esfria, então “ah, essa chuva só atrapalha”. Daí para de chover e continua frio, então “ah, está muito frio”. Nunca está bom. Se há sol reclama-se do sol, se chove reclama-se da chuva...

Já que comentei sobre o tempo quero abrir um parênteses sobre o tempo aqui em Curitiba ontem. De manhã havia sol e estava muito quente. No início da tarde o sol deu lugar a várias nuvens de chuva e a temperatura ficou um pouco mais amena. No fim da tarde começou a chover e deu uma boa refrescada. De noite continuava chovendo, mas já estava frio. Aqui o clima é para todos os gostos, mas aposto que há pessoas que reclamaram o dia inteiro.

Bem, era isso. Já postei duas vezes no mesmo dia, já que nos próximos dias eu talvez não esteja inspirado o suficiente para escrever.

Medicina²...

Já não é cedo para comentar o que eu estou achando das aulas na UFPR, então vou comentar, de novo, sobre o que estou achando das aulas.

Biologia Celular é interessante. Tivemos aulas com a Professora Márcia. Ela é bem legal e divertida. Ela explica muito bem e de tempos em tempos faz uma piadinha ou um comentário muito engraçadinho do tipo: “vocês não acham que as mitocôndrias são muito batutinhas?”. Ela é bem legal. A outra Professora, que nos dá aula no laboratório, também é bem legal e dinâmica...

Continuo dizendo que as instalações são muito boas, considerando que eu imaginava que tudo estaria caindo aos pedaços.

As aulas de Anatomia são difíceis para se dizer o mínimo. São rápidas e cheias de nomes. É muita coisa, mas muito interessantes também. As aulas práticas são boas. A gente vai lá, um grupo em cada mesa, e procura as estruturas de cada parte do corpo. No caso na última aula estudamos os ossos da perna... Procuramos coisas como os trocanteres, a linha intertrocantérica, a face poplítea, a linha áspera, o maléolo medial... Será que é difícil?

As aulas de Genética são, por assim dizer, silenciosas. O professor, grande geneticista do mundo inteiro (ou do Brasil inteiro), fala baixo, e nem sempre sobre assuntos que parecem importantes.

As aulas de Bioquímica são bem legais. Se você não dorme nelas elas são muito interessantes. A professora de Bioquímica, a Berenice, é muito legal e bem prestativa. Ela deixou no Xerox dois capítulos de um livro que ela tinha sobre aminoácidos, pois estava preocupada que a gente talvez quisesse estudar mas não conseguisse pois a biblioteca não está emprestando livros.

E almoçar no RU, por enquanto, não é tão ruim assim. O RU acaba sempre ganhando uma fama que nem sempre condiz com a realidade. Onde mais você come, com direito até a sobremesa e bebida, por R$1,30? Um dia tinha até strogonoff com batata “chips”, como aquelas do Zezinhos... (se você não sabe o que é o Zezinhos você não morou na mesma cidade que eu, então tem o dever de ir descobrir o que é este estabelecimento alimentício).

Bem, é isso. Já tenho um monte de Xerox para ler e um livro enorme. Mas não estou reclamando. Eu queria isso e estou bem feliz... Eu falo de reclamações no próximo post.

Só espero que você, leitor assíduo, não tenha ficado brabo comigo por eu ter feito mais um post contando minhas impressões sobre a UFPR... Se você ficou chateado não se preocupe, no próximo post o assunto será outro.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Medicina...

Ainda é cedo para comentar o que eu estou achando das aulas de medicina na UFPR, mas como a demanda por novos posts é grande aqui estou eu escrevendo sobre meu primeiro dia de aula de verdade (a maior parte).

 Bem, para começar, agora eu faço jus à camiseta que eu tenho da minha antiga turma de inglês: “Eu levanto as cinco”. Claro que eu não levantei as cinco em ponto (mas sim às 5:45), mas não muda o fato de eu ter levantado tal hora.

 Peguei um ônibus às 6:40 e fui ao Centro Politécnico. Cheguei ao labirinto, digo, prédio, de ciências biológicas e encontrei minha sala/anfiteatro junto com outros colegas.

 Que maravilha. Todos dizem que é federal, então é precária, mas até agora tudo bem. A primeira aula, com direito a Data Show e caneta laser, foi sobre Biologia Celular. Muito legal. Mesmo. Você não faz idéia caro leitor de como foi bom poder estar naquele anfiteatro olhando para um quadro negro onde se lê: “Biologia Celular” (e mais tarde, ainda mais emocionante ainda: “Bioquímica I”), e não “Funções do 1º Grau” ou “MRU” ou ainda “Aspectos Socioeconômicos do Norte do Estado do Paraná”.

 Biologia Celular, pelo que dizem, é a matéria mais difícil do primeiro período. O livro de referência que o diga. Mais de 1500 páginas de textos e imagens.

 Depois da apresentação e uma breve aula introdutória (que vai “cair” na prova) sobre todos os assuntos que serão tratados, nós fomos para a aula prática.

 Aqui reitero que as instalações da federal são muito melhores do que eu imaginava. Veja só: cada aluno, na aula prática de BioCel (acho que não preciso explicar a abreviação, não é?) tem seu próprio microscópio. Sempre usamos o mesmo e ficamos responsáveis por ele ao usá-lo. Não que cada um dos alunos tem um microscópio para si, mas ficamos responsáveis sempre pelo mesmo microscópio durante as aulas.

 Aprendemos então sobre o microscópio (palavra repetida milhões de vezes no parágrafo anterior, desculpe). Aprendemos também como focalizar as laminas e as práticas certas de manuseio. Muito legal.

 Fomos então comer no RU. Era cedo, 11h, então não tinha fila alguma. A comida não é tão ruim assim. Arroz integral (!), arroz com outras coisas (?), feijão, salada e frango xadrez. Tudo comestível (eu só me excluo de comentar sobre a salada, da qual não provei). Regado à água, é claro. Nada de suco ou algo que o valha.

 Depois do RU foi então a hora de vagar sem rumo pelo Politécnico até que as aulas começassem (13:30). Visitamos a biblioteca, apenas para sermos enxotados de lá na hora de seu fechamento, meio-dia. Continuamos vagando, sem livro algum em nossos braços, até uma sombra debaixo das árvores.

 Bioquímica então começou. Que emocionante. Tão legal. Outra matéria difícil. Ainda assim, muito interessante.

 Depois dessa aula ficamos esperando o professor de Genética chegar. Todos já achando que seria uma aula trote. O “professor” (sinta a diferença de professores de uma frase para a outra) chegou e começou sua aula. Muito estranha, coisas meio que sem nexo. Mas o pensamento meu, e de muitos outros era: “vou copiar, se for trote eu rasgo a folha, melhor do que ser verdade e eu não copiar nada”. Mas era trote mesmo.

 Depois disso veio a gincana dos veteranos, leia-se correr pelo Politécnico inteiro em grupos para conseguir as dicas deles e fazer as tarefas que eles pediam. Encontrar R$1,30 em moedas espalhadas no chão, cruzar uma passarela correndo de costas, rolar um “morro”...

 Depois disso voltei no lotado, leia-se super hiper ultra mega lotado ônibus Inter 2 até o terminal. Neste local o gentil motorista fechou a porta na minha cara, então eu e meu colega esperamos outro ônibus, enquanto nossa outra colega entrou naquele, que estava cheio. Desculpe a falta de clareza, mas estou com sono. O outro ônibus veio logo em seguida, 20 vezes mais rápido que o Savóia, obviamente. Só que com um detalhe: praticamente vazio. Voltamos sentados. Ótimo. E foi isso. Saí de casa às 6:35 e cheguei em casa 19:15.

 Desculpe caro leitor a referência interna do parágrafo anterior. Eu a fiz para que aquele que não vive (feliz) sem meus posts fosse privilegiado. Para entender tal referência você precisaria morar em Curitiba, ou pelo menos ter alguma idéia do horário dos ônibus daqui... É claro que excluo a possibilidade de você ser um exímio conhecedor de ônibus e saber que o Savóia tem certa fama de demora, mas nesse caso você é exceção à regra.

 Bem, é isso. Um post longo para ficar um bom tempo sem postar de novo. Espero que tenhas gostado, dileto leitor.