domingo, 12 de outubro de 2008

À sombra das bananeiras...

Meu professor talvez me desaconselhasse a fazer isto, mas vou começar minha argumentação com um clichê. Isso pode comprometer a argumentação em um texto formal de vestibular, por exemplo, mas sei caro leitor que você não presta atenção no que eu fundamento meus pensamentos.

“Nós só damos valor às coisas, quando a perdemos.”

O que vou falar é algo muito simples, mas que nem sempre percebemos. Nós só percebemos a falta de alguma coisa depois de tê-la. Calma leitor, eu explico.

Nós não sentimos a falta daquilo que não temos, ou seja, só temos saudades daquilo que gostávamos de fazer, ou mesmo daquilo que tínhamos sem perceber.

Complicado? Nem tanto.

Por exemplo: quando somos pequenos e moramos em casa com nossa família temos muitas comodidades, mas vamos morar fora e tudo muda. Não necessariamente para pior. Mas só então percebemos como certas coisas, pequenas coisas, fazem falta, ou diferença. Quando eu vim morar fora, demorei a me acostumar, mas sempre que eu volto para casa eu percebo pequenos detalhes, que eu sinto falta, e que eram ignorados por mim. Como o tamanho da janela do banheiro, e do próprio banheiro, como a geladeira está sempre abarrotada de coisas, como é bom ter um sofá, como é bom ter a roupa lavada e passada...

Claro, dileto leitor, que você dirá que isso não é importante. Pois obviamente não o é, para você. Mas para mim são coisas que fazem a diferença, não exatamente a falta. São detalhes imperceptíveis até sermos privados deles.

Cada um sente saudades daquilo que não tem mais, por mais fútil e tolo que isso possa ser.

Falta ainda a frase da semana, que se aplica a esse texto, mas por ser hiperbólica demais, talvez você ache leitor, que estou exagerando. Ainda assim, é de Casimiro de Abreu, escritor da segunda geração do romantismo, que talvez você lembre leitor, era a geração do mal-do-século, o ultra-romantismo:

“Oh! Que saudades que tenho

Da aurora da minha vida,

Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais!

Que amor, que sonhos, que flores,

Naquelas tardes fagueiras,

À sombra das bananeiras,

Debaixo dos laranjais!”

Desculpe leitor, se você se decepcionou com o conteúdo desse post, que não é nada instigante e inovador. Eu não prometi nada, mas já deixo a dica que o próximo será muito melhor para compensar a falta de inovação desse.

PS: Como o post é de dias atrás há algumas atualizações a serem feitas: agora eu tenho um sofá e uma máquina de lavar roupas, além disso, o tamanho já janela do banheiro já não impressiona. Parece que no acostumamos rápido às coisas.

3 comentários:

Lu disse...

as vezes nao eh questao d se acostumar..eh q nao ter o q fazer e simplesmente aceitar isso...
e quem diria q eu sentiria falta d t ver pulando enquanto falava comigo...
ate mesmo sentir falta d brigar pelo ultimo pedaço d pizza...
ta bom....sentir falta das brigas jah eh um poko d mais...ateh pq a maioria delas eram tao inuteis....>.<
mas q eu sinto a sua falat eu sinto....
quantas vezes eu jah nao cehguei em casa (como depois do Yazigi ou do sapateado) e ia começar a falar com vc (pq provavelmente vc estaria no sofá assistindo TV)mas vc nao estava lah pra me ouvir.... q boba q eu sou neh................


tah...isso akabou se tornando qualker outra coisa...e nao um comentario....e eu toh quase chorando (como sempre...).....
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=****

Drowning in Myself disse...

me deixou sem comentários...

Unknown disse...

Muito bem, pra eu fazer todo o comentário que estava pretendendo (esse post foi muito instigante), tive que voltar e ler trechos do post pra lembrar o que eu ia falar.

Primeiro, quando li o título, sabia que conhecia, mas não lembrava daonde. Magina se eu ia lembrar o autor, principalmente se era assunto de literatura.. enfim, eu sabia que conhecia. Dito e feito.

Segundo, concordo plenamente que só percebemos algumas coisas quando as perdemos. Eu senti isso várias vezes. Senti muita falta dos meus cachorros de Sorriso quando fui morar em Erechim. E ainda sinto em Floripa. Também sinto falta de muitas coisas que parecem inúteis e insignificantes, como a geladeira cheia. Aliás, isso é fácil de reverter, é só comprar um monte de coisas e encher a geladeira! Mas dai a gente sabe que estraga tudo, a gente não vence comer!.. hauhauah

Tá, eu paro por aqui.

E sim, a gente se acostuma muito rápido com as coisas (indiferentes).